o movimento ritmado das mãos que rege a fala furiosa e as feições tão viris estragadas pelo semblante de ódio e o olhar
que rasga todo o resto de dignidade que eu ainda reservava no meu peito me fazem tremer de ansiedade...uma sensação
difícil de desenhar; um sentimento nervoso que surge da segurança que tenho de nunca ter merecido o homem que agora me
corta. Sorte existe e me foi concebida. E esse momento era esperado...não como uma mãe espera a chegada do seu fruto. A minha espera foi devagar, doída, recusada. Mas se existe Sorte também existe destino. E apesar de
limitada, eu posso ser sensata. Posso? Apenas duas certezas passearam pela minha mente durante o desenrolar dos meses que ocorreram desde o meu encontro com a Sorte: aquele, esse Astro é a coisa mais bonita, encantadora, e enigmática que os meus olhos já registraram e eu não o mereço.
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